Talvez um dia
É engraçado ver que, numa altura em vivemos tempos politicamente interessantes neste país à beira-mar plantado,do outro lado do Atlântico nasce um governo suis generis. Não é o CV dos ministros que chamam a atenção, é o cuidado pela igualdade, pela representatividade das minorias, é a proximidade com a vida real que fazem deste um governo especial. Estou expectante e desejo-lhes toda a boa sorte do mundo.
Fui, toda a minha vida, contra as cotas. Acho que deve ser o mérito e não o sexo a escolher. Só que cresci na ilusão que era isso que acontecia sem cotas. E não é. Acabamos por ter que crescer e admitir que no mercado laboral e/ou politíco tudo é feito de forma sexista e muito pouco justa e transparente. E que em determinados cargos ser "mulher" é uma desvantagem. E pior: as próprias mulheres ajudam a manter estes hábitos masculinizando-se quando assumem determinados cargos ou ocupam determinadas posições. Da mesma forma que o sexo, a cor de pele, a raça, a religião ou um estatudo politico/social são (ou podem ser) determinantes. O "ela pediu-as" ainda é uma frase frequente na nossa sociedade (e transversalmente, não tenho ilusões a esse respeito) e que demonstra bem o que somos e como nos comportamos.
Espero um dia ver um governo assim, plural e representativo, no meu país. Infelizmente nem temos classe política nem povo preparados para que tal aconteça tão cedo.