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Rabiscos Soltos

#FIquemEmCasa Em tempos de isolamento social um blog pode ser uma janela para mundo. Fiquem em casa. Leiam. Escrevam. Ajudem. Sejam melhores. Sejam maiores. Mas fiquem em casa.

Rabiscos Soltos

#FIquemEmCasa Em tempos de isolamento social um blog pode ser uma janela para mundo. Fiquem em casa. Leiam. Escrevam. Ajudem. Sejam melhores. Sejam maiores. Mas fiquem em casa.

...sabem onde podem pôr as flores hoje, não sabem?

08.03.19, P.

“A todas as mulheres fortes e independentes desejamos um feliz dia!”

 

De uma forma ou de outra esta é a mensagem que passa. Feliz dia às mulheres fortes e independentes

Esta frase mostra, em parte, a importância deste dia. Vamos lá a ver se nos entendemos. Este dia não serve para comemorar a força e a independência das mulheres. Este dia serve para chamar a atenção para todas as mulheres que não têm o direito, nem as condições, para serem fortes nem independentes.

Este ano já morreram 13 mulheres às mãos de quem as deveria amar e acarinhar. A violência doméstica está na agenda do dia, houve um dia de luto, minutos de silêncio mas soluções, nada.  Quero muito enganar-me mas cheira-me que vai ser assunto para ser devidamente politizado e falado este ano, ano de eleições e depois relegado para a gaveta. Again. E não, a violência doméstica não é exclusivo das mulheres, mas ignorar que tem um efeito devastador nas mulheres é ser hipócrita e estúpido.

O feminismo, essa luta pela igualdade, continua a ser interpretado como “contrário de machismo” e a ser pelouro de “histéricas e gajas que odeiam os homens”. Mas há feminismo bom, sim. É aquele que é definido por alguns homens. Não pude deixar de me rir quando, na sequência do escândalo daquele juiz execrável, li que “nunca a causa feminista foi tão bem defendida como pelo RAP”. E quem não perceber a ironia disto (e que este comentário não tem nada a ver com o RAP), nem precisa continuar a ler…

A mutilação genital feminina continua a ser um problema mundial, o mercado sexual continua a ser uma realidade, os números das violações e abusos sexuais continuam a ser assustadores (e irrealistas). Mas o Me too é um “exageeeeero”!

Os números de mulheres em cargos importantes, cargos políticos, conselhos de administração  e afins continuam a ser ridiculamente baixos e ainda há quem considere que isso acontece por uma questão de (falta de) mérito. Estudos dizem que a igualdade só se atinge daqui cerca de muitos e muitos anos. Ah e nada como uma mesa de homens para “conversas no feminino” como vi hoje por aí…

O círculo da política mundial está a arrastar-nos de novo para o conservadorismo e subitamente ouve-se que “as meninas vestem rosa e os meninos vestem azul” e assusta-me para caraças porque eu gosto de azul e de toda uma panóplia de cores.

Ainda há quem ache que feminismo é coisa de mulheres e que machismo é coisa de homens…

E ainda há quem diga que “não é feminista, é pela igualdade”, quem “comemore” o dia da mulher e quem ofereça flores neste dia… sabem onde podem pôr as flores hoje, não sabem?

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