Irmãs
Não consegui deixar de sorrir quando ontem, em plena Fnac (ronda de Natal, parte XXIV), duas amigas liam uma à outra partes tolas de livros românticos e riam que nem perdidas.
Lembro-me de eu e a Inês fazermos coisas do género. Um dia, numa loja qualquer, passámos o tempo a procurar as roupas mais pirosas que lá existiam (e eram muitas, acreditem) e a rir como se não houvesse amanhã. Nem sei como não fomos expulsas da loja. Ou como nunca fomos expulsas do video club por passarmos o tempo a gozar com os títulos dos filmes pornográficos (não havia nenhum homem com coragem para alugar um enquando nós lá estivessemos).
E quando fingiamos discutir nos autocarros só para escandalizar as velhotas? Uma vergonha, para dizer a verdade. Mas na altura era divertido. Em nossa defesa devo dizer que não só as escandalizávamos como, quando viamos que precisavam, as ajudávamos a sair do autocarro e a levar as compras para casa. Éramos tolas mas não éramos más...
(e quando percebemos que o miúdo da casa da frente tinha um código de assobios com o namorado? e já vos disse que eu sou da aldeia e que sei assobiar? pois, tadinho do miúdo)
E agora fiquei com tantas saudades da Inês, das conversas e da cumplicidade. O telefone não é, de todo, suficiente. Amigas por acaso. Irmãs por escolha.