(As primeiras) 24h sem facebook
"então, continuas sem facebook?"
No outro dia sentei-me em frente ao computador e, provavelmente, fiz o que faço sempre: uma volta pelos blogs (tenho muitos comentários para pôr em dia), emails (a caixa de email é uma verdadeira caixa de correio - contas e publicidade, com o eventual postal da amiga que adora viajar e que se lembra de mim quando anda a visitar um país novo) e um saltinho ao facebook. Quase sem pensar dei por mim à procura da opção "eliminar conta". Enquanto brincava com essa opção, sabendo bem que haveriam de me fazer confirmar várias vezes que queria mesmo, mesmo, mesmo fazer aquilo (deve ser impossível apagar uma conta de facebook por acaso), perguntam-me se quero antes desactivar a conta e manter o messenger. Juro-vos que toda eu fui alegria.
Há muito que a conta de facebook me incomodava - e não, não era por questões de privacidade que quanto a isso não há já nada a fazer, não vale a pensa chorar sobre o leite derramado, a coisa torna-se apenas ridícula.
Incomodava-me a exposição a tanta gente. Aquilo tornou-se uma janela para a vida de cada um e, apesar de há muito ter cortinas (ou seja, publicava basicamente fotos de gatinhos) não gosto que toda a gente ache que sabe tudo o que se passa comigo.
A personagem que criei ao longo do último ano no facebook tornou-se superficial a ponto de eu a detestar. Raramente alguma publicação me reflectia e quando o fazia era de uma forma tão encriptada que tornava praticamente impossível alguém perceber.
Aquele número de "amigos" que ultrapassava os 300 e que me recordava, todos os dias, que aquelas pessoas, na sua maioria, não me conhecem, muitos nem de mim gostam, e que, ainda assim, se achavam no direito a terem esse título "amigos"...
Por isso, e porque ter o messenger me permite manter a única coisa importante e positiva do facebook - a ténue ligação ao passado, as amigas do colégio à distância de uma mensagem, aquela opção devolveu-me a liberdade.
Por isso, sim, continuo alegremente sem facebook e acho que assim continuarei durante muito, muito tempo. Não sou das que acha que o facebook é o demónio, o culpado do males do mundo. É uma rede social e (eu sei que é o maior cliché do mundo mas também é a verdade) é apenas um reflexo da sociedade. Na minha timeline do facebook nunca apareceram cenas estranhas, nem muitas fake news, nem nada desse género. O algoritmo funciona e mostra-vos apenas mais do mesmo. Eu consegui, pela minha interacção, transformar a minha timeline numa mão cheia de nada. Acreditem, é possível. Se não gostam do que vos é mostrado pensem em mudar a vossa forma de interagir antes de culparem o desgraçado do algoritmo, que sim, funciona de uma forma extremamente comercial - mas sinceramente, estavam à espera de quê??? - mas nevertheless também vos reflecte.
Não sei exactamente o que vai acontecer com as minhas restantes redes sociais ou mesmo com os blogs. Não sei se esta súbita liberdade me vai intoxicar e fazer querer quebrar todas as ligações ou mundo virtual ou se me vai querer reforçar as que construi com os blogs. Não faço ideia. Mas também não é importante resolver isso agora. Para já, o importante é curtir estes primeiros dias de liberdade (virtual mas ainda assim liberdade).