1 ano sem facebook
Estou quase no meu "aniversário de sobriedade do facebook". 1 ano Facebook-Free.
Não pensem que uso a palavra "sobriedade" de ânimo leve. Acho mesmo que há uma altura em que as redes sociais em geral e o facebook em particular nos começam a intoxicar e viciar. Como em tudo há quem nunca passe de um consumo leve e benigno e há nem mergulhe numa espiral de consumo.
Eu tenho consciência que sou uma pessoa banal. Se, por um lado, não sou particularmente vulnerável a adições (nunca precisei de me esforçar muito para parar de beber, não compreendo sequer o conceito de gastar dinheiro em jogo) por outro lado nunca fui obcecada com um estilo de vida livre de álcool ou fumo.
Com as redes sociais aconteceu mais ou menos a mesma coisa.
Os blogs foram a minha primeira e mais duradoura paixão. Talvez por ser aqui que partilho as minhas leituras e que conheci aquelas pessoas a que hoje chamo amigos. Acho que desde o primeiro blog que tive (salvo erro em 2006) nunca mais parei. Nem sempre sou assídua na escrita mas gosto disto. Nunca me esforcei por ter muitos leitores e isso nunca me incomodou. Consegui manter-me longe das tricas dos tempos áureos dos blogs (mas ri muito) e talvez por isso nunca tenha sofrido com o declínio da popularidade desta plataforma.
O facebook foi muito giro no início. Permitiu-me retomar contactos perdidos há muito, plantar árvores no farmville e mergulhar nos grupos fechados de leitores de variadíssimos géneros literários. É, aliás, da gente dos livros que tenho saudades. Ia lendo o que alguns escritores partilhavam e disso, sim, tenho saudades.
(como estará a Afonsina, a gata da escritora Maria Manuel Viana? Os textos maravilhosos da MMV faziam-me sempre rir)
Mas, às tantas, aquilo começou a incomodar-me (já falei sobre isso no texto a que faço menção lá em cima, por isso não vale a pena repetir-me) e saí.
E foi um ano óptimo nesse aspecto. A minha vida tornou-se só minha outra vez. Não tornei a falar com algumas pessoas mas isso apenas significa que elas têm tanto interesse por mim como eu por elas, case closed. Mantive o contacto com quem quis e estive livre das picardias, das discussões, da parvoíce. Acreditem, irritei-me muito menos vezes (acho que os meus cabelos brancos agradecem). Provavelmente perdi vários convites, aniversários e muita informação mas não me parece que tenha sido nada de relevante. E, às vezes, menos é mais.
Depois de uma experiência com sucesso há que manter a tradição. 1 ano depois de ter acabado com o FB vou acabar com a conta de Instagram. Na verdade aquela rede social nunca me disse grande coisa e não acrescenta nada à minha vida. E, tendo em consideração que, desta vez, avisei que ia terminar a conta e 22 pessoas assumiram "gostar"disso, acho que estou no bom caminho.
Talvez crie aqui uma nova tradição.