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Rabiscos Soltos

#FIquemEmCasa Em tempos de isolamento social um blog pode ser uma janela para mundo. Fiquem em casa. Leiam. Escrevam. Ajudem. Sejam melhores. Sejam maiores. Mas fiquem em casa.

Rabiscos Soltos

#FIquemEmCasa Em tempos de isolamento social um blog pode ser uma janela para mundo. Fiquem em casa. Leiam. Escrevam. Ajudem. Sejam melhores. Sejam maiores. Mas fiquem em casa.

prioridades

20.01.17, P.

Nos últimos tempos tenho prestado (demasiada) atenção ao que, de facto, incomoda as pessoas em geral e algumas em particular.
Assim concluo que o que segue dá direito a zangas, birras, zaragatas, insultos e se for mulher (e é quase sempre mulher) à célebre frase “esta deve ser mal f*d*d@” ou “é falta de peso”. Ora vamos lá à lista do mais ofende o pessoal:

Ter dinheiro
Ser mulher
Aceitar acordos que possibilitem aumentar a conta bancária
Ter opinião diferente
Ser do Sporting, Benfica, Porto ou Chaves
Ter filhos
Não ter filhos
Não querer ter filhos
Estar feliz
Ter tempo para ler
Ser feminista
Não gostar de futebol
Ter empregada doméstica
Não ter a casa imaculadamente limpa
Ser mulher e ter uma carreira profissional
Não querer dar de mamar
Ter babysitter
Ter tempo para dormir
Dormir 8 horas por dia
Gostar do inverno e de chuva
Ter sucesso

Em compensação é relativamente seguro
Gostar de vinho,
Ter tatuagens
Ser pobrezinho
Não ter tempo para ler
Dar erros ortográficos

Duas notas:
1. Claramente jogo na equipa que é alvo de mais ódio por aqui, por isso se te sentes ofendido com o que acabei de escrever, já sabes o que tens a fazer...
2. Consegui fazer a lista sem falar de política nem de religião

meteorologistas de pacotilha

19.01.17, P.

 

Não, este inverno não está a ser rigoroso.

Sim, hoje esteve frio, muito frio, mas isso é absolutamente normal - é essa a definição de inverno.

Não, isto não é nada de novo em Portugal. Em Portugal, volta e meia faz frio e loucura das loucuras volta e meia neva.

E não, a história das temperaturas negativas não é novidade nenhuma. Que raio de juventude foi a vossa se nunca tiveram que ter cuidado ao voltar da discoteca por estar gelo na estrada? Ou nunca tiveram que voltar à discoteca para comprar garrafas de água e descongelar o vidro porque num carro sem ar condicionado nunca na vida irão conseguir que aquela merda descongele sozinha?

Não há pachorra para tanto mi,mi, mi por causa do frio.

E estar um frio do catano não significa que iremos ter o verão mais quente do universo, ok?

Agora, deslarguem-me e deixem-me ir curtir o inverno, j'adore...

Trabalhar de casa

17.01.17, P.

Ela - Pensei que por estares a trabalhar de casa isso fosse assim mais... "levezinho"

Eu - Que fosse o mesmo ordenado mas metade do trabalho não é?

Ela - Pois, mais ou menos isso

Eu - Não, é o mesmo ordenado mas o dobro do trabalho.

Ela - 

 

(eu até tinha cenas para dizer mas não tenho tempo)

(mas posso estar de pijama o dia todo)

(e ter a lareira ligada - o gato aterra lá)

(e música mais alta que ninguém reclama)

(se os meus patrões soubessem o quanto eu trabalho de casa, só me queriam no escritório 1 vez por mês para fazer prova de vida - há sempre a possibilidade de não ser eu a fazer o trabalho mas sim outra pessoa)

(espera, não há mais pessoas não - ok, só me queriam para reuniões importantes)

 

 

De bestial a besta em apenas alguns euros

14.01.17, P.

Acho que posso resumir assim o que tenho lido por essa internet fora desde que, ontem, o país soube que o puto que quase foi assassinado pelos gémeos filhos do embaixador aceitou uma indeminização. É a vitória do "pobrezinhos mas honrados", excepto que aqui ninguém perdeu a honra.

Foi o choque, o horror e a tragédia. Ainda por cima o puto não ficou estropiado, não dá para fazer de coitadinho muito mais tempo e agora isto. Aceita dinheiro directamente do demo. E toda a gente sabe que o dinheiro é uma coisa suja.

A sério? Mas a sério mesmo? Os putos (que aparentemente já nem estão no país) ainda têm imunidade diplomática, nem sequer podem ser ouvidos a sério quanto mais julgados e há quem critique o facto do puto aceitar uma indeminização e seguir em frente com dinheiro?

Nada muda, o crime continua a estar na forja para julgamento, uma vez que é um crime público. O MNE continuará a ter que tomar uma posição ou fazer-nos a todos passar por bananas. A única coisa que mudou é que a família do puto tem dinheiro para pagar a conta do hospital e ainda ir de férias. 

 

(já o advogado do gaiato parece ser uma valente besta)

 

à beira de um ataque de nervos

12.01.17, P.

Acordei em LVO, literal e metaforicamente. É verdade que foi por uma boa causa mas a verdade é que hoje tenho andado a arrastar-me- ou arrastar-me-ia se tive tempo para isso. A quantidade de trabalho que tenho para fazer dá-me vontade de berrar mas nem para isso tenho tempo. Tive uma hora de formação que foi o momento mais calmo do meu dia. Ou eu estou mal diagnisticada para a turma (Inglês) ou estão eles. Passo o tempo a ter que me esforçar para me fazer de burra. Acho que este ano perco o amor ao dinheiro e vou fazer o first certificate só pelo gozo (a minha prof diz para tentar uma certificação mais acima mas não sei se isso não será esticar a corda). Aproveitei a hora de almoço e fui tratar de burocracias (tinha mesmo de ser). Tive que fazer um mega esforço para 1) não insultar toda a gente 2) sentar-me no chão a chorar. Apanhei o único taxista em Lisboa que cumpre os limites de velocidade, aliás conduz mais devagar do que eu. Cheguei a horas ainda assim mas tive que comprar uma sandwich ranhosa para almoçar (aproveitei para desancar o pessoal do bar por causa de um serviço que prestam de forma vergonhosa). Almocei às 3 da tarde em frente ao computador, decifrei um bug do sistema que nos estava a deixar malucos por não conseguirmos reproduzir, consegui reportá-lo mas metade do trabalho que tinha para fazer continua por fazer. A melhor parte do meu dia foi quando me saiu um valente Foda-se.... pode não ser bonito mas alivia a alma.

do excesso (II)

09.01.17, P.

Quem diria que eu, logo eu, fugiria de polémicas, de discussões inconsequentes (costumavam ser educativas e divertidas, actualmente são só, na sua maioria, parvas), de picardias? 

Mas não suporto as "verdades" de hoje em dia. As certezas de que quem não está connosco está contra nós, a certeza de que quem tem uma opinião diferente está obviamente errado, a facilidade com que se parte para o insulto gratuito. 

Sabem a necessidade que temos de às vezes, numa conversa/discussão, dizer "eu não concordo contigo mas respeito a tua opinião"? É frase que digo e que me deprime. Chegar a 2017 e precisar reforçar que todos temos direito à nossa própria opinião, mesmo que ela seja parva é coisa para me deixar deprimidíssima.  Respeitar a opinião dos outros é a base da democracia, porque carga de água é que temos que estar sempre a repeti-lo?

do excesso (I)

08.01.17, P.

Sempre ouvi dizer que "não há fome que não dê em fartura" mas sinceramente começo a acreditar que o contrário é mais verdadeiro. Enfim, a sabedoria popular não pode acertar sempre, não é?

Estou tão fartinha dos excessos. Tudo se vive como se hoje fosse o último dia, como se aquela conversa, aquela atitude fosse a mais importante da vida. Vivemos acima de tudo a achar que somos a última coca-cola do deserto. Não o somos. Nem eu, nem tu, nem sequer aquela pseudo-estrela das capas das revistas o é.

Eu sei que também sou excessiva em tanta coisa, levo sempre tudo muito a peito mas o tempo, a vida, as experiências ensinaram-me a fazer, diariamente, um exercício de humildade, de relativizar.

Deixar de perder tempo com merdices é talvez a minha grande resolução da actualidade. Quando o consigo chego ao final do dia mais feliz. 

Porque a verdade é qua amanhã já ninguém se lembra. Amanhã voltamos à programação habitual e pronto.

prioridades perigosas

06.01.17, P.

Quando se transforma a discusão sobre violência doméstica na discussão se é possível que haja violência de uma mulher sobre um homem. 

Quando o facto haver pessoas que não acreditam que uma mulher possa ser a agressora desvaloriza os casos em que o homem é o agressor.

Quando as caixas de comentário e as redes sociais mostram o preconceito e agressividade latente em muita gente deste país.

Perigoso, reles e nojento.

Pronto, já disse

02.01.17, P.

às pessoas que são super saudáveis, que emagreceram imenso e são felizes no ginásio

  • percebo as fotos do antes, durante e depois como um estímulo que vos ajuda a atingir o objectivo
  • Tiro o chapéus, vénia e muito respeitinho a quem o conseguiu.

posto isto:

  • não há pachorra para as fotos de comida de coelho
  • ninguém me convence que subitamente acreditam que só a comida de coelho é saborosa e que não sonham com uma caixa de chocolate ou um prato de batatas fritas

e principalmente:

  • não façam como os ex-fumadores que subitamente insultam quem ainda fuma (0 moral, desculpem lá)
  • continuo a odiar quem adora ir ao ginásio (mas somos amigos na mesma, ok?)