Tenho andado caladinha com a esta história dos táxis e da uber porque na verdade não sei o suficiente para opinar.
Eu sou/era utilizadora de táxi e como tal tenho muitas queixas. Mas não lhes conheço as obrigações, nem os impostos, nem as licenças e por isso fico calada.
Mas sinceramente, se tivesse que tomar partido era pela uber. É que dificilmente a coisa pode ser pior que nos táxis. A verdade é que já vi de tudo. Já vi taxistas em plena Almirante Reis, à noite, a tirar uma pessoa de dentro do táxi ao pontapé (sim, liguei à polícia), já vi brigas entre taxistas, já tive que chamar a polícia porque um taxista não me queria levar num percurso pequeno, já fui insultada porque paguei com 20euros e o gajo não tinha troco, já pedi fatura e recebi um papel rasgado com uma matrícula diferente da do táxi em questão, já apanhei um taxista que não sabia o caminho entre Sete Rios e o Aeroporto, já tive nojo quando entrei num táxi.
E quando vejo as imagens que vi hoje na televisão é de todos estes casos me lembro e não dos outros, dos muitos outros, em que tudo correu de acordo com o previsto, em que os táxis era limpos e quase novos, em que os taxistas eram simpáticos e profissionais (e como vi imensas coisas nos Açores porque tive a sorte de apanhar um taxista para lá de espetacular) . A verdade é que uma limpeza no sector era necessária. Regras, limites, elevar a qualidade do serviço. Os taxistas não o fazem, fá-lo a concorrência e os clientes. E eu, por regra, sou a favor da concorrência. E da qualidade do serviço. E sou absolutamente contra a violência. Manifestações? Sim. Pacíficas. Recorrer para os tribunais? Sim, até à exaustão.
A distância entre a mensagem que os taxistas passam e aquele que gostariam de passar é enorme. Eu recebi-a e, como tal, por isso, da próxima que precisar de ir a qualquer sítio de Lisboa, vou dar uma oportunidade à UBER.
Porque tenho muita vergonha de tudo o que vi hoje.