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Rabiscos Soltos

#FIquemEmCasa Em tempos de isolamento social um blog pode ser uma janela para mundo. Fiquem em casa. Leiam. Escrevam. Ajudem. Sejam melhores. Sejam maiores. Mas fiquem em casa.

Rabiscos Soltos

#FIquemEmCasa Em tempos de isolamento social um blog pode ser uma janela para mundo. Fiquem em casa. Leiam. Escrevam. Ajudem. Sejam melhores. Sejam maiores. Mas fiquem em casa.

Je suis Charlie, all over again

27.02.16, P.

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Quando vi este cartaz nem queria acreditar. Foi óbvio para mim que o resultado seria uma enorme polémica relacionada com a religião e a liberdade de expressão e não sobre a Adopção de crianças por casais homossexuais. Aconteceu e vai continuar a acontecer como nos próximos dias. E não se vai discutir o mais importante. E por isso, o cartaz não faz qualquer sentido.

A importância de se continuar a falar sobre a adopção de crianças por casais homossexuais foi empurrada para segundo plano.

Em primeiro plano vamos discutir o "je suis Charlie" e afirmar que os católicos ofendidos diziam-se Je suis Charlie e agora já não não são e que "há limites para brincadeiras" e que " a malta tem ou não sentido de humor" e montes de coisas que não interessam nada. 

Fui, sou e serei sempre "Je suis Charlie". Sê-lo-ei sempre porque a liberdade de expressão me é cara, porque como se disse tanto na altura dos ataques ao Charlie Hebdo "posso não concordar com o que dizes mas lutarei para tenhas o direito de o dizer".

E nesta polémica tola dos cartazes há várias coisas que me incomodam. DE AMBOS OS LADOS.

É óbvio que o BE tinha intenção de espicaçar a Igreja Católica. Que se façam agora de inocentes é ridículo.Tinham essa intenção, correu-lhes mal a brincadeira porque não o souberam fazer (Vá, vão ler o Evangelho segundo Jesus Cristo ou o Caim para aprenderem como se faz), agora aguentem. O piada é tão má, mas tão má, que até chega a ser constrangedor (O BE a assumir o Pai Divino? muito bom Ao menos falem do pai biológico e do adoptivo, é um bocadinho mais coerente - ou não querem ser coerentes?. E na história de Jesus, onde está a homossexualidade? onde está a adopção por casais homossexuais?)

Depois do outro lado. Não há paciência para virgens ofendidas. Lamento. Parém de ser meninos e aguentem. Rebatam com melhores argumentos que "há limites para as brincadeiras" ou "isto ofende os crentes". Blá, blá, blá.... Parém de ser meninos e calem a boca. Tivessem ficado caladinhos e a brincadeira ainda saia mais cara ao BE.

E para os que hoje andam a reclamar com os que reclamam... o Je suis Charlie funciona para os dois lados. O BE faz a piada e pode bem aguentar com as reclamações. O lado ofendido pode reclamar. Isso é liberdade de expressão. Não cedam à tentação de comparar quem se sentiu ofendido com quem entrou dentro de uma redação do jornal e desatou a matar gente. São coisas tão diferentes que vos vão fazer perder a razão que possam ter.

Só tiros ao lado. Uma tristeza ver tantas oportunidades perdidas.

 

 

 

Literalidades

25.02.16, P.

Estar furiosa a ponto de mandar alguém de quem gostamos (os outros nunca nos conseguem atingir dessa maneira) para a "puta e que te pariu" e acabar a pensar que não funciona porque é demasiado literal.

 

(ou, "Respira, admite que nem a viste chegar" Ou "cala-te, que se responderes à letra és tu quem vai ser a mal-educada, porque toda a gente acha sempre que tem razão e que as palavras são só palavras e que tu tens que aguentar porque afinal não teres um filho para mostrar já é ofensa suficiente")

A linha ténue entre coentros e gente

23.02.16, P.

Quando trago da horta coentros, daqueles que cheiram realmente a coentros e sabem realmente a coentros, não consigo deixar de pensar em certas pessoas que se acham tão especiais, tão genuínas, tão qualquer coisa e depois não passam de coentros de supermercado, sem cheiro nem sabor. 

(Falei em coentros, podia ter falado em salsa ou em nêsperas - a maioria das pessoas não faz ideia a que sabe qualquer uma destas três coisas apesar de as comprar regularmente)

Não há almoços de borla

22.02.16, P.

Uma pessoa recebe um email da fnac com uma oferta de 5 euros em compras superiores a 25 euros e pensa, olha que fixe, com o cartão oferta e mais o que ainda tenho em cartão digital vou comprar o pai nosso e o torcicologologista e a coisa sai assim a um preço simpático e vai toda contente mergulhar no maravilhoso mundo das livrarias online e afinal a oferta simpática não se pode acumular com os cartões oferta e chega à conclusão que é verdade: não há almoços de borla.

Ficam lá os 2 euros e tal que são virtuais e não posso gastar noutro lado, o email da oferta foi direitinho para o lixo e o cartão oferta está sugadito na carteira à espera de uma promoção fixe. O pai nosso fica para um dia destes e o torcicologologista fica para o dia em que consiga dizer (ou escrever) esta palavra sem me engasgar (e continuo a ouvi-lo, mais à excelência, na TSF, no livro do dia que esta que aqui escreve anda rendida aos podcast desde que descobriu que os consegue ouvir maravilhosamente no carro).

Um dia mais velha, um dia mais feliz

21.02.16, P.

A maioria das pessoas acha estranho que eu não ligue ao meu aniversário, que não faça festa de anos, que não contabilize presentes, que não ligue peva a ter ou não bolo de aniversário. E nem sequer acreditam que eu estou a ser verdadeira quando digo que não me importo que se esqueçam do meu aniversário. E que gosto de passar o dia comigo e sem confusões. Nem festas. 

Não tenho problema nenhum em ter mais um ano. Tenho 37 e depois? Na semana passada tinha 36 e garanto-vos que estou apenas 1 semana mais velha. E uma semana mais feliz.

Não escondo o meu aniversário mas não o divulgo. Não consta do facebook, nem do twitter nem das redes sociais. Não impeço que me deixem mensagens ou posts de aniversário mas não deixo que uma mensagem automatica vos informe que é o meu dia. Não quero 30 segundos do tempo de pessoas que se passarem por mim na rua não me conhecem, nem 30 segundos do tempo de pessoas que nunca se sentaram a uma mesa comigo a beber um café e a partilhar uma gargalhada. 

Porque muito melhor que ter centenas de mensagens pouco pessoais é acordar com uma mensagem que diz "parabéns, gosto muito que sejas minha amiga" e fechar o dia com outra que diz o mesmo com outras palavras e ter tido tantos beijos e palavras pelo meio que sei bem serem verdadeiras e dadas de coração, senti-las como presentes a guardar e estimar. 

E saber que tenho os melhores amigos do mundo. :)

Obrigada por fazerem parte do meu mundo.

The truth is out there

11.02.16, P.

No verdadeiro espírito dos x-files, será que as semelhanças entre estas duas imagens são pura coincidência?

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Depois de ver quatro episódios desta nova temporada dos X-Files (e que me perdoem os fãs) senti-me a ver, again, a primeira série da Buffy.

 

 

Bora abastecer na GALP?

11.02.16, P.

Não aos comentários às notícias!Não!

09.02.16, P.

O meu voto é uma petição para fechar todas as caixas de comentários dos jornais online. Aquilo só serve para destilar ódios e demostrar estupidez.

Eu acho que toda a gente tem o direito de ser estúpida à sua vontade mas há sítios próprios para isso (sendo um blog como este um exemplo máximo) e a caixa de comentários de um jornal não é sítio para isso. O nosso jornalismo já não é lá essas coisas e ter como leitores aquele grupo de energúmenos que comenta regularmente deve desmotivar e a vontade de fazer melhor deve ser nula. A bem dos jornalismo fecham essa possibilidade, por favor.

Discutam em forúns online, em blogs (ainda hoje li, por azar, um texto no blog que me deu vontade de desatar à chapada à gaiata mas depois lembrei-me que ali é a casa dela, não a minha e saí de mansinho), no café, na tasca lá do sítio. Mas não nas páginas dos jornais online.

Direito a morrer com dignidade

09.02.16, P.

Somos cidadãs e cidadãos de Portugal, unidos na valorização privilegiada do direito à liberdade. Defendemos, por isso, a despenalização e regulamentação da morte assistida como uma expressão concreta dos direitos individuais à autonomia, à liberdade religiosa e à liberdade de convicção e consciência, direitos inscritos na Constituição.

A morte assistida consiste no ato de, em resposta a um pedido do próprio — informado, consciente e reiterado — antecipar ou abreviar a morte de doentes em grande sofrimento e sem esperança de cura.

 

Começa assim o manifesto pelo "direito a morrer com dignidade". Espero não ter, nunca, que tomar esta decisão. Nem eu, nem os que me estão próximos. Mas gostava muito de ter a hipótese de o fazer. Sentir-me-ia muito melhor sabendo que, depois de lutar até ao fim, me seria permitido partir com dignidade e sem sofrimento.

Odeio ver este assunto transformado em frizbee politíco, banalizado por quem se diz a favor da vida, como se a Eutanásia não fosse um dos mais importantes instrumentos da vida, como se morrer não fosse algo inevitável. Mas se isso é o que precisamos para conseguir despenalizar um direito fundamental, seja. Tentemos apenas não baixar demasiado o nível. 

A persistência da Memória.jpg

 A Persistência da Memória, de Dali

Em contra-corrente

05.02.16, P.

Odeio o Carnaval. Não é aquela coisa do "é-me indiferente". Odeio, simplesmente. Planeei tudo de forma a ter um fim de semana sugadito em casa, excepção feita a um jantar fora com amigos, de forma a não ter que aturar máscaras nem entrouxados (assim se chamam na minha terra) nem nada disso. Por isso, não, não vou ter paciência para ver fotos dos vossos filhos vestidos de palhaços, homem-aranha ou princesa. Não me interessa. Mandem os putos cá para casa quando quiserem ir descansados jantar e a um cinema, eu cuido deles. Brinco, transformo-me em criança por umas horas, tenho toda a paciência do mundo. Mas não no fim de semana de carnaval (isto deve ser trauma de quando eu era a escolhida para levar a criançada da família à "Batalha das Flores", o Carnaval de Loulé). Vai ser um fds Carnaval free, Facebook free , Blogs Free. Oh para mim a ler e a ver séries como se não houvesse amanhã (maratona de Dr Who, ehehehe) no 1/3 do sofá que me resta (um dia conto essa história).

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