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Rabiscos Soltos

#FIquemEmCasa Em tempos de isolamento social um blog pode ser uma janela para mundo. Fiquem em casa. Leiam. Escrevam. Ajudem. Sejam melhores. Sejam maiores. Mas fiquem em casa.

Rabiscos Soltos

#FIquemEmCasa Em tempos de isolamento social um blog pode ser uma janela para mundo. Fiquem em casa. Leiam. Escrevam. Ajudem. Sejam melhores. Sejam maiores. Mas fiquem em casa.

Tecnologia - Agora é muito melhor... ou então depende do ponto de vista

26.01.16, P.

Sou do tempo em que tinhamos que esperar anos para ver um filme ou uma série. Quando chegavam à nossa televisão era uma alegria. Depois gravávamos em cassetes vhs, rezávamos para que a fita não acabasse antes do filme e reviamos até a fita ficar gasta, partir-se ou precisarmos de espaço para gravar um fil.me/série melhor. E era tudo de uma qualidade... digamos que manhosa.

Agora raramente temos problemas de espaço, gravamos tudo em HD e depois vemos a série as vezes que quisermos e até fazemos maratonas de uma série inteira naquele fim de semana de chuva. A não ser que a box avarie. E ela avaria. Várias vezes. Amiúde. 

Agora os filmes têm estreia mundial, passam nos canais pagos de filmes uns meses depois e no Hollywood ou nos canais abertos antes de ter passado 1 ano. E nós gravamos em HD e vemos um dia, quando nos apetecer. A não ser que a box avarie. E ela avaria. Várias vezes. Amiúde. 

Sou do tempo em que havia uma clube de vídeo em cada esquina. E que a malta ficava em lista de espera para alugar aquele filme que era novidade. E que havia promoções do género: alugue 3 filmes e pague apenas 2 e havia maratonas de filmes de terror num dia de semana porque nos apetecia ver um filme mas tinhamos trazido 3 e tinhamos apenas 24 horas para os devolver.

Agora alugamos o filme no video Clube online e só temos que escolher ver em HD ou não. Isto se o filme estiver lá. E se a box cooperar. Às vezes não coopera e amiúde o filme não está disponível. Mesmo que tenha estado na semana anterior. E se quisermos ver, por exemplo, os 6 filmes do Star Wars antes de ir ver o 7º descobrimos que nenhum destes 6 filmes está disponível no video Club da nossa TV.

 

Não, antes não era muito melhor. A qualidade era pior, a quantidade era menor, a escolha era por vezes insuportável. Lembro-me de ficar acordada até meio da noite (coisa que mamãe não gostava especialmente) porque anunciaram que ia dar o Christianne F e eu obviamente tinha que ver. Não deu. Não passou e até hoje não vi o filme. Adiante. Antes não era melhor. Mas irrita-me depender de um prestador de serviços que é, geralmente, mau e que pode decidir, a todo o momento (seja por razões técnicas ou de mercado) que o que passei meses a gravar para ver quando me apetece tem que ser apagado.

 

E depois há coisas como a pirataria e a PL118, que acrescentam umas coisas giras a esta discussão. E há o meu eterno desejo de apenas contratar internet e gastar o dinheiro que gasto em merdas que não uso e que nunca funcionam como eu quero que funcionem em filmes e séries que posso ver e rever como antigamente (enquando ainda há séries à venda, tenho a certeza que daqui a 10 anos aquela magnífica área da FNAC já desapareceu - exactamente como na Worten já aconteceu).

 

 

O valor de um Obrigada

14.01.16, P.

A falta de humildade é das coisas que mais confusão me faz. A dificuldade com que se diz "obrigada", como se os outros tivessem obrigação de nos ajudar. 

Podem dizer-me que a ajuda não deve depender de um "obrigado", que ser abnegado e bondoso e fazer o bem sem olhar a quem é uma virtude. Eu concordo com isso. Tal como me irrita que não haja sequer um obrigada, irrita-me que haja quem ajuda outra pessoa apenas para o ouvir.

Talvez seja a minha eterna incoerência a falar mas a verdade é que continuo a achar que agradecer é uma obrigação.

E é tão bom agradecer. É tão bom como ouvir esse "obrigada". 

É como dizer "gosto de ti", "tenho saudades tuas" ou "desculpa". Sabe bem dizer e sabe bem ouvir. Porque as relações entre as pessoas devem ser reciprocas e só assim fazem sentido.

Muitas vezes a um "obrigada" respondo com um sorriso. Raramente digo "não tens que agradecer". É a minha forma de de dizer "ouvi-te e fico feliz por ter feito algo a que deste valor". E mais cedo do que tarde vai haver um agradecimento em troca. Porque esse alguém vai fazer ou dizer algo que o vai merecer. E vai perceber que o meu obrigada é sincero.

Não agradeço por obrigação, nem recebo um obrigada de ânimo leve. 

Já sei que isto é coisa para ser lida com um "lá estás tu, dás demasiado importância a coisa que não são importantes". E eu calo-me...

no peito dos desafinados também bate um coração*

12.01.16, P.

Sou dura de ouvido. Assim a dar para o pedra. Tenha voz de cana rachada, desafino, a minha voz é tudo menos bonita. Mas a música tem o dom de me emocionar. 

Há alturas em que ouço uma música e fico com um nó na garganta e com as lágrimas a querem saltar. Não é necessário que seja uma música com especial significado para mim, basta que seja algo que me toca a alma. Uma música do passado, uma música de Natal, música clássica. Estive a ver um video de um flash mob com ópera (a qualidade do vídeo nem era grande coisa) e no consegui evitar que uma lágrima aparecesse.

Claro que estar extremamente cansada, ter trabalho para dar e vender e ter visto todos os meus planos (a nível pessoal) para este mês terem sido alterados lixando-me completamente a vida, não ajuda.

(nota-se muito que hoje tou numa de kalimera, "a minha vida é uma miséria", "ninguém gosta de mim", "vou ali enforcar-me num pé de coentros e já volto"?**)

Apesar de gostar de ter a capacidade de me emocionar não acho muita piada quando me acontece em público. Mas se é para ser chorona, que o seja de emoção. Mesmo que seja apenas com uma música. Mesmo que seja apenas de cansaço***

 

*se não é assim, passa a ser

** Comentários que refiram "ah e tal isso é spm" correm o risco de ser corridos à pancada. O SPM é uma merda - todas as mulheres  sabem - mas atribuir às hormonas tudo o que uma mulher sente é coisinha para me deixar à beira de um ataque de nervos - e vocês hoje não me querem ver com um ataque de nervos.

*** se um dia as hormonas se metem realmente ao barulho, tou lixada. Tenho para mim que entre chorar e dormir não faço mais nada durante 9 meses.... com excepção, talvez, de comer.

Jogos de luz e sombra #2

08.01.16, P.

Um exemplo prático do que falava no post Jogos de Luz e Sombra é análise ao debate de ontem entre o Nóvoa e o Marcelo. Já li que ganhou um, já li que ganhou o outro. Cada qual faz a interpretação que mais lhe convém e convence-se de que tem, obviamente, razão. Acho sempre fascinante esta capacidade de se ver o que se quer, ouvir o que se quer e como se quer. E nunca deixo de pensar se a minha realidade é ou não a mais aproximada da verdadeira.

piroseiras

07.01.16, P.

Arre, ainda não nos livrámos do tema Natal e já estamos a entrar no tema Carnaval? Ainda por cima junta-se tudo com o dia dos namorados e afins e temos o circo montado.

É fugir dos centros comerciais até meados de Fevereiro.

(ainda bem que o meu aniversário é depois disso e já vou poder ir às Fnacs e Bertrands desta vida sem papar com as festas pirosas do momento).

Prioridades

07.01.16, P.

Há livreiros desaparecidos por andar a publicar livros que não interessam, há ataques (sim, no plural) com uma contagem de mortos que vai do 0 às dezenas ou centenas (na verdade ninguém sabe nem se interessa), há ameaças de bomba que podem mudar o mundo, há dezenas de mulheres a sofrerem tentativas de violação por parte de centenas de homens - e isto numa cidade Europeia, há decisões a serem tomadas que vão mudar o paradigma (adoro esta palavra neste contexto) político nacional e que dão fantásticos títulos de noticias que ninguem lê nem se interessa em esmiuçar e analisar, há mulheres a dar conselhos assustadores a outras mulheres, há imensas outras coisas de que não me lembro ou que não sei (não ando a dar grande atenção às notícias, confesso) mas o tema do momento é, sem dúvida as declarações em mau português de um treinador de futebol. Portugal no seu melhor, as usual.

Ena pá, outro ano

04.01.16, P.

Ah, se estão à espera de um post com grandes resoluções e tal, com a convicção de que tudo vai mudar em 2016, podem tirar o cavalinho da chuva.

Não sei se por estes lado vai haver novadades em 2016, a não ser a constatação do facto de que vou ficar mais velha (vamos, todos, escusam de se rir) e que o mau feitio vai, muito provavelmente, apurar. 

Para já nem as passas me valem, estava tão doente na passagem do ano que nem fome tinha, não comi quase nada, nem um chocolatinho comi, quanto mais passas. Nem um desejo pedi e agradeci a todos os anjinhos quando se tornou familiarmente aceitável que me fosse deitar - e acreditem,já foi tarde.

E já estamos no dia 04Janeiro e ainda não pus o pézinho (nem o resto do corpo) no ginásio. E também não vai ser hoje.  Só (ainda) não rebolo porque o apetite desapareceu logo depois do Natal e ainda não eu um ar de sua graça, ainda não acabei o antibiótico pelo que nem sequer me posso dedicar à bebida (sim, o jantar da passagem do ano foi a coca-cola mesmo). Por outro lado, segundo uma imagem que andou a correr o Facebook (esse manancial de sabedoria) o meu patronus (se não sabem o que é sintam-se expulsos deste blog, vós o Potter excluídos) é uma lontra, o que deve explicar muita coisa.

Talvez tenha sido da passagem do ano miserável mas a verdade é que nem a habitual esperança e as boas intenções inerentes à época se sentem por estes lados. Não me apetece ser simpática com pessoas de quem não gosto, nem me apetece fazer o esforço de gostar um bocadinho mais dessas pessoas. Aliás, não me apetece ser sequer sociável.

Acho que 2015 foi um marco na minha vida: cansei. Cansei-me acreditar nas pessoas, na sua bondade, na sua boa vontade. Cansei-me de achar que a culpa é minha. Talvez seja e daí talvez não. Que se lixe, que se lixem. E 2016 não mudou nada. Não me fez ter sequer vontade de mudar.

Mas olhem, para todos os que estão cheios de esperança... este ano é que é!!!