Elefantes (ou gatos, também funciona)
Ignorar o elefante ao canto da casa faz com que ele vá ficando mais pequeno e acabe por desaparecer?
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Ignorar o elefante ao canto da casa faz com que ele vá ficando mais pequeno e acabe por desaparecer?
É tão bom ler um texto e pensar: "porra, gostava mesmo de ser amiga desta miúda"
Antibiótico regado a Xarope. Ah como estou feliz.
é deixar de acreditar que discutir com quem considera que isto de criminalizar o piropo é algo tão ridículo como prender um jeitoso qualquer que gritou "és baoaaaa" a um tipa de mini-saia e decote até ao umbigo, que até se vai sentir lisongeada com a brejeirice, vale a pena.
Tenho imensa pena que se tenha chegado ao ponto de criminalizar o piropo. Tenho pena de viver num país onde ainda é necessário pôr na lei algo que deveria ser inato e regulado apenas pelo bom senso.
99% das mulheres deve perceber exactamente o porquê disto ter acontecido. Infelizmente uma parte delas considera que todas deveriam ultrapassar em silêncio e sem traumas de maior, exactamente como elas (ou eu) fizemos. É muito fácil cair no erro de julgar os outros por nós e considerar que a força, sorte,contexto social, amigos ou família de todas as miúdas/mulheres deste país lhes permite ultrapassar os "piropos" como tantas de nós fizeram.
E a maioria dos homens goza com a situação precisamente porque não lhes passa pela cabeça ofender alguém. Quando o fazem (e fazem, não tenham dúvidas) é sem intenção, é porque são tolos ou se esticaram na brincadeira. E não percebem que não é isso que se está a tratar aqui. Muito porque não querem perceber. E também com esses não vale a pena discutir.
E não se preocupem, quando neste país houver alguém acusado e condenado não vai ser motivo de júbilo. Provavelmente vai ser depois de um suícidio de uma miúda que não aguentou, não contou a ninguém e se matou. Por uma razão tão simples quanto um (ou muitos) "piropos" que de tal só têm o nome.
Há quem se feche num mundo e se convença (ou deixe convencer, vai dar no mesmo) que a sua realidade é igual à dos outros. Há quem acredite que o seu caminho na vida, empedrado, com bermas limpas e floridas, plano e sem pedras é igual ao caminho trilhado pelos outros. Há quem vá deturpando, de forma subtil, as formas do mundo à sua volta e acabe com uma visão idílica mas absolutamente surreal da realidade. Há épocas do ano em que é mais fácil ver isso, haja tempo e vontade de ver. Questiono-me muitas vezes se o que eu vejo (porque sei que o que vejo é muito diferente do que tanta gente à minha volta vê) é ou não real.Habituámo-nos a acreditar que "ver para crer" é o correcto mas até que ponto a nossa percepção nos conduz para a realidade? Até que ponto vemos a cores, com as dimensões certas, com a luz certa?
Vivemos num tempo em que as certezas são inquestionáveis, em que a ciência dá cada vez mais respostas, em que a religião está a deslizar para o mesmo patamar dos contos de fadas mas em que somos capazes de nos olhar ao espelho e ver algo que não está lá e pior, somos capazes de conscientemente escolher um daqueles espelhos que nos transforma e lentamente escolhemos acreditar que essa é a realidade.
Esgoto a lista de palavrões que conheço de cada vez que vou ler as notícias. Final de 2015 triste, triste.
Presentes embrulhados, escondidos pela casa ou debaixo da árvore de Natal. Menu pensado, alguns doces feitos, ingredientes em casa. A menos de 24 horas da noite de Natal, a coisa está controlada. Até ver, pelo menos.
Postais de Natal enviados. No ano passado não enviei, fartei-me da comunicação num sentido só (acho que nunca recebi um de volta, excepto da minha querida Cati que tem ainda mais fascínio pelos postais do que eu) mas este ano voltei à carga. E nem sequer estou à espera de receber mais do que um postal de Natal (ainda tenho um tio que me envia um religiosamente - com votos de um feliz natal). Simplesmente gosto de enviar postais de Natal. Gosto de pensar que quem os recebe vai perceber que foi escrito e enviado com carinho e amizade. Serão poucos a receber este ano (vocês não sabem como eu estou sempre a perder os post-its onde escrevo as vosssas moradas, uma desgraça) mas foram enviados com todo o carinho. Mas um ano (quem sabe no próximo) atualizo o caderninho das moradas e envio algumas dezenas de postais - para todos aqueles de quem gosto. Pode ser uma piroseira, mas eu sou assim, pirosa. Azar de quem não gostar. Já não tenho idade para me preocupar com isso.
Eu sou aquela que gosta do Natal, da árvore, dos presépios (sim, no plural), das velas, da planta do Natal, dos jantares, dos amigos secretos, das trocas de prendas.
Sei que um dia vou deixar de ter vontade de celebrar o Natal (provavelmente no mesmo ano dos postais de Natal, mando-os todos e apanho o avião para o outro lado do mundo), de ter paciência (de formiga) para unir toda a gente à mesa da consoada, para embrulhar (e escolher) os presentes, aturar as birras, chegar ao final de dia da semana do Natal estoirada. Mas até esse dia vou continuar a gostar do Natal e a desejar-vos um maravilhoso dia, com sorrisos, prendinhas (espero que aquele embrulho da bertrand que está debaixo da árvore seja mesmo para mim) e muito amor. Sejam felizes, o resto interessa pouco.
Não tenho qualquer intenção de ir ver o filme da Guerra das Estrelas. Um destes dias faço uma maratona e (re)vejo tudo e pronto, está feito.
Aliás já tentei fazer a tal maratona mas no video clube da MEO não há nenhum dos 6 filmes da saga - é impressão minha ou alguém anda a fazer mal o trabalho de casa???
Não consegui deixar de sorrir quando ontem, em plena Fnac (ronda de Natal, parte XXIV), duas amigas liam uma à outra partes tolas de livros românticos e riam que nem perdidas.
Lembro-me de eu e a Inês fazermos coisas do género. Um dia, numa loja qualquer, passámos o tempo a procurar as roupas mais pirosas que lá existiam (e eram muitas, acreditem) e a rir como se não houvesse amanhã. Nem sei como não fomos expulsas da loja. Ou como nunca fomos expulsas do video club por passarmos o tempo a gozar com os títulos dos filmes pornográficos (não havia nenhum homem com coragem para alugar um enquando nós lá estivessemos).
E quando fingiamos discutir nos autocarros só para escandalizar as velhotas? Uma vergonha, para dizer a verdade. Mas na altura era divertido. Em nossa defesa devo dizer que não só as escandalizávamos como, quando viamos que precisavam, as ajudávamos a sair do autocarro e a levar as compras para casa. Éramos tolas mas não éramos más...
(e quando percebemos que o miúdo da casa da frente tinha um código de assobios com o namorado? e já vos disse que eu sou da aldeia e que sei assobiar? pois, tadinho do miúdo)
E agora fiquei com tantas saudades da Inês, das conversas e da cumplicidade. O telefone não é, de todo, suficiente. Amigas por acaso. Irmãs por escolha.
Ai o facebook, ai a Tv, ai as SMS, ai a publicidade, ai os Centros comerciais.
Desliguem o computador, a TV e o telemóvel. Façam as compras da semana no comércio local (ou liguem o computador só para ir ao hipermercado e mandem entregar em casa) e não entrem num CC durante 1 mês e meio. Comprem e leiam o Jornal durante esse tempo – e mantenham-se informados, leiam livros, joguem jogos em família, vão conhecer o interior do país ao fim de semana. E vão ver que é fácil passar ao lado do Natal. E na loucura vão descobrir que subitamente ganharam tempo para fazer coisas que adoram. (sabem aquela história do Não tenho tempo para ler? Ora cá está uma oportunidade para mudar isso).