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Rabiscos Soltos

#FIquemEmCasa Em tempos de isolamento social um blog pode ser uma janela para mundo. Fiquem em casa. Leiam. Escrevam. Ajudem. Sejam melhores. Sejam maiores. Mas fiquem em casa.

Rabiscos Soltos

#FIquemEmCasa Em tempos de isolamento social um blog pode ser uma janela para mundo. Fiquem em casa. Leiam. Escrevam. Ajudem. Sejam melhores. Sejam maiores. Mas fiquem em casa.

Filha de peixe…

28.08.15, P.

Aprendi a ler com a minha mãe. Não falo apenas da parte técnica mas sim da leitura por prazer, do tipo leitura que faz parte do que sou.

Atualmente a minha mãe diz que já não tem paciência para livros tristes e difíceis. Reclamou ao longo das mais das 800 páginas do “A mão de Fátima” de Ildefonso Falcones. Que eram só desgraças, que era horrível, como era possível, que nunca mais queria ler nada desse género, blá, blá, blá… (mas desistir de o ler não, isso não se faz, já que começou tem que ler até ao fim).

O meu drama agora é comprar ebooks de que ela goste (sim, a minha mãe praticamente só lê ebooks). Mas geralmente tem disponíveis os ebooks dela e os meus.

E perguntam vocês, qual é o livro leve e fofo que ela decidiu ler agora? Época de verão, praia, agosto e principalmente apenas umas semanas depois do “A mão de Fátima” que tanto a incomodou?

Perguntem a Sara Gross

(juro que não vai enganada, viu a reportagem na TV e tudo e tudo, mas diz ela que “pior que o outro não pode ser”)

Tá bem…

Bora deixar as rodinhas?

26.08.15, P.

Passou de uma reportagem (?) na TV para a mesa de discussão lá em casa a obrigatoriedade (ou não) do seguro para as bicicletas. Escuso de referir que as seguradoras votam no sim e as associações da malta das bicicletas no não.

Na minha opinião (de quem já muito andou de bicicleta mas que agora já não pedala por aí) nem estão certos uns nem outros.

Teria alguma piada (ou não, ou não) que fosse obrigatório os pais fazerem um seguro para os miúdos quando lhes oferecem uma bicicleta.

Ah, mas e se os putos chocarem com um carro? Ou destruírem uma montra ou outra coisa do género?

Nesse caso vamos torcer para que o puto em questão não fique magoado e para que os paizinhos sejam pessoas de bem (e já agora que tenham dinheiro suficiente) para se chegar à frente. Exatamente como quando as criancinhas atiram uma bola (ou uma pedra) de um terceiro andar, deixam o skate fugir-lhes ou decidem ver que efeito tem passar uma chave na pintura de um carro.

Vá, a sério quantos casos destes conhecem?

Ah mas as ciclistas agora têm direitos na estrada.

Acho que faz parte do bom senso de alguém cujo meio de transporte principal (ou apenas regular) é a bicicleta ter um seguro que o proteja.

Épa, mas não se pode confiar no bom senso das pessoas que para poupar 5 euros esquecem a ética e são capazes de andar à bolachada.

Eu alguma vez disse que o mundo era perfeito?

Andar de bicicleta ainda é uma das mais divertidas atividades da infância. Agora está na moda e andar de bicicleta faz bem ao corpo (e à alma) mas convenhamos que transformar isto numa cena cheia de regras e afins está a tirar toda a piada à coisa.

Aprendi a andar de bicicleta em gaiata e adorava. Principalmente no verão andava imenso de bicicleta, rua abaixo monte acima, até à ribeira ou simplesmente à fonte, com amigos ou sozinha (ah a melancolia da adolescência), deixar marcas no asfalto (numa altura tive pneus azuis e cor-de-rosa, não vamos falar sobre isso, sim? agradecida) ou sorrateiramente para que as vizinhas não dessem por mim. Caí muitas vezes, nunca me magoei a sério. Andei sozinha, acompanhada, em cima do volante ou simplesmente agarrada à bicicleta de alguém, que subidas de patins ou skate não é o mais agradável (na minha aldeia era a única que andava de skate e de patins e obviamente ringues de patinagem é coisa para meninas, eu era utilizadora da mítica EN2). Nunca usei uma cotoveleira ou um capacete na vida (cresci nos famigerados anos 80), ouvia música enquanto atravessava a aldeia sem as mãos no guiador. Saltei de bicicletas em movimento, fiz razias a carros. Mudei correntes e afundei câmaras de ar em alguidares cheios de água para descobrir onde estava o furo. Enchi-me de óleo, diverti-me horrores e aprendi imenso. Provavelmente se a minha mãe me tivesse visto a fazer alguma destas coisas (nomeadamente ouvir música enquanto percorria descontraidamente a estrada) tinha levado umas galhetas (nos anos 80 um tabefe não nos traumatizava para a vida) mas, para vos dizer a verdade, safei-me à grande.

Quando vejo tantas regras e regrinhas só me apetece dizer: vá, algum dia temos que deixar as rodinhas, sim?

liberdade de voto

26.08.15, P.

Fico sempre muito surpreendida quando vejo alguém a defender que "o partido deve dar liberdade de voto". Pensava eu que liberdade de voto fosse algo já entranhado na nossa democracia. Isto para não falar que o senhor está a falar das presidenciais - teoricamente nem devia haver partidos envolvidos.

(sim, eu percebo que o que o senhor quer dizer é que o partido não devia apoiar assumidamente nem o Rio nem o Marcelo na primeira volta das presidenciais mas considerando que temos algo tão abjecto quanto a disciplina de voto parece-me é que lhe fugiu a boca para a verdade)

Crónica de um encontro anunciado

24.08.15, P.

Aproveito-me assim do título de um dos meus livros favoritos para regressar ao passado. Na verdade não gosto de lá voltar, acho que o passado não tem nada para me dar e não sou saudosista nem me arrependo da maioria das decisões que tomei na vida. Arrependo-me de algumas (não acredito que haja quem não mudaria uma virgula na sua vida) mas a verdade é que tenho a consciência de que foram todas as decisões que tomei, as certas e as erradas, que me trouxeram para onde estou hoje e isso eu não mudaria. Por nada neste mundo.

Mas ainda assim não sou fã dos regressos ao passado e prefiro deixar algumas pessoas no passado. Mas há dias em que o passado teima em bater-nos à porta ou até em arrombá-la caso escolhamos ignorá-lo. Parece que hoje é um desses dias, com tudo o que de bom e de mau isso tem.

 

(continuo bem disposta, sim?)

19.08.15, P.

E também não há pachorra para os textos melosos e cheios de tristeza (over and over again). Se tiverem 15 anos é aceitável. Depois dos 20 é triste. Depois dos 30 é simplesmente rídiculo.

sapos

18.08.15, P.

Como eu gostava de ter mais facilidade em engolir sapos. Os cabrões arranham que se fartam....

Horror

18.08.15, P.

Ler determinadas caixas de comentários de blogs (já nem falo das de jornais, que já desisti) deixa-me horrorizada. Qual será o gozo de certas pessoas, quase sempre sob a proteção do  anonimato, de insultarem gratuitamente, de desejarem mal aos outros só porque estes têm uma opinião diferente da sua?

Há tanta gente mal formada por aí. Questiono-me quantas pessoas que eu conheço são capazes de fazer tal coisa. Gostaria de acreditar que nenhuma. Mas nem eu sou assim tão crédula.

dúvidas, dúvidas, dúvidas...

17.08.15, P.

Porque é que temos que ser sempre os melhores, os maiores, os mais giros? Porque é que temos que ter o melhor bolo de chocolate do mundo, o maior bolo rei, o melhor palhaço ou a verruga mais feia?  Porque é que em tudo o resto aceitamos ser os mais mediocres?

Porque é temos tanto orgulho em coisas tão ridiculamente sem importância e nos falta o brio no que realmente importa?

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